26.11.05

DOIS FILMES, UM TÍTULO E UM CACHORRO TOMANDO BANHO
MARCAS DA VIOLÊNCIA

Semana canalha essa... só consegui ir ver 'Marcas da Violência' na sexta-feira, nos dias 'anteriores' estava sempre morto ao sair do trabalho. Menos mal que consegui. Puta filme, impressionante como David Cronenberg consegue tratar o roteiro de um filme de aventura em um drama. Com mãos menos habilidosas e sensíveis (digamos, um Tony Scott), teríamos um projeto para ser filmado por Steven Segal ou Sylvester Stallone, mas Cronenberg consegue transformar personagens esquemáticos em PESSOAS, com sentimentos. Belíssimos desempenhos de todo o elenco... Viggo Mortensen, muito bem... que coisa charmosa Maria Bello... que belíssimas cenas de sexo... como estão todos contidos e bem dirigidos... como é bom ver William Hurt roubando um filme, ele tinha sumido, esse é o melhor papel dele desde... quando mesmo? O ZP, acertadamente, diz que não é o primeiro filme 'mainstream' de Cronenberg, ele lembra de 'Zona MOrta'... e eu acrescento 'M Butterfly'.
Li várias comparações desse filme com 'Sobre Meninos e Lobos', de Clint Eastwood. Todas injustas. Não tem comparação, Cronenberg dirige seus atores muito melhor, aqui não tem nada do clima histérico e do over-acting que campeeou no super valorizado filme de Eastwood. A cena final de 'Uma História...', silenciosa, é uma das mais impressionantes do ano, não por grandes movimentos de câmera, e sim por sua simplicidade. E, mensagem por mensagem, pelo menos esse filme não se esconde por trás do politicamente correto para passar sua mensagem. Ponto prá Cronenverg.

PODEROSO JOE

Não vi na época do lançamento por achar que ia ser uma besteira. Mas, com a proximidade da estréia de King Kong, aconteceu de umas resenhas caírem na minha mão... elogiosas, surpresas, vindas de caras chatíssimos que odeiam refilmagens. Como estava na prateleira de descontos da locadora, não custava dar uma olhada... uau, o diretor é Ron Underwood, do sensacional 'Ataque dos Vermes Malditos'... e a mulher... É A CHARLIZE!!!!!! Não conhecia ela na época. Ela tá linda, e eu me arrisco a dizer que essa é a melhor refilmagem de filme fantástico dos últimos tempos. Respeitoso com o original, tremendamente de acordo com sua proposta (é um filme infanto-juvenil da Disney, logo não esperem, digamos, a senhora Theron bem à vontade), super bem dirigido (terno quando tem que ser, ríspido quando a situação pede)... e sensacional recriação de várias cenas do filme dos anos 40 ('O Mostro do Mundo Perdido', que eu tenho gravado da TNT, colorizado - tenho que tirar a cor para ver). Em resumo, ótimo programa para quem tem que ver alguma coisa com as crianças.
TIME COMPLICADO
Como não é segredo, sou torcedor do time tricolor aqui de Porto Alegre. Nada é fácil para a gente... mas não precisava ser esse SOFRIMENTO que foi hoje de tarde para conquistarmos mais um título inédito, nosso sétimo título nacional. Dois pênaltis (roubados) perdidos pelo adversário, quatro expulsos, gol da vitória depois de um belo dum forrobodó, com o jogo estando doze jogadores do outro time (os onze mais o juiz) contra sete... pelo menos sei que não morro do coração tão cedo. (desculpa falar de futebol num blog cinéfilo, mas eu não resisti...)
MASTERS OF HORROR
Estou com os episódios 3 e 4 para ver, provavelmente amanhã de manhã... 'graças' ao meu irmão ter descoberto como se desliga o bit torrent para poder ficar no messesnger, meus downloads andam a passo de tartaruga. Espero comentar os episódios amanhã mesmo.
FOTO BIZARRA
Para dar um fim legal à minha primeira postagem em quase uma semana, uma foto do Salsixo, cachorro que mora na casa dos meus pais, fazendo hidromassagem. Ele está com aquela doença comum em sua raça, que enfraquece as patas traseiras...

22.11.05

CINEMA COMO UM CHUTE NO SACO

Em poucas palavras, que puta filme é 'Manderlay'!!! Uma fábula cruel sobre como as pessoas se comportam em sociedade, é uma continuação digna de 'Dogville', apesar do elenco 99% diferente (o único que repete o papel é Udo Kier). Nicole Kidman faz falta? Só na cena de nudez, que você fica imaginando ela, uma das mulheres mais lindas do mundo, no lugar da magrelinha Bryce Dallas Howard. Fora isso, a atriz (e todo o resto do elenco) dá conta do recado.

Era difícil a mesma fórmula funcionar de novo, mas de alguma maneira se conseguiu isso. Eu também ficava imaginando como ia ser o final, sem o impacto do final do primeiro. Mr. von Trier conseguiu superá-lo. É um filme quente, humano, sem nenhuma grande concessão para o 'grande' público. Por mais que tenha sido fotografado em 35mm, o trabalho minimalista de Anthony Dod Mantle faz parecer que estamos vendo uma filmagem de vídeo digital. São ressaltadas as atuações e os dramas pessoais. É raro vermos algo rodado de forma tão adulta e séria, sem efeitos e edições 'MTVísticos'. Um filme nu.

É difícil falar coisas novas sobre um filme tão comentado, que até o papa Bento XVI registrou suas impressões. Vou me concentrar algo que me chamou atenção. Leio muitos comentários sobre um suposto 'antiamericanismo' do filme. Em minha modesta opinião, isso não existe. Se a história fosse encenada, por exemplo, no nordeste dos anos 70, com cangaceiros no lugar de gangsters, ia sair igual, Ou no Rio Grande do Sul, no meio do século XIX, com gaúchos a cavalo, ou no Japão da mesma época, com samurais, mesma coisa. A maldade humana é atemporal e não tem nacionalidade, esse é uma das coisas mais fortes de 'Manderlay'.

DEDICATÓRIA

Dedico esta postagem ao mestre da guitarra, Link Wray, que deixou este mundo domingo. Um dos músicos mais originais do século passado, um dos timbres de guitarra mais agressivo já registrado em uma gravação, ele deixa um legado lindíssimo. Nessa horadeve estar fazendo uma imensa duma jam session com seu discípulo mais famoso, Jimi Hendrix, mais a cozinha do The Who. Tocando 'Rumble' a todo volume!!!!!

20.11.05




A INVASÃO DAS MULHERES-ABELHA

Taí um filme que ninguém tem culhão para refilmar hoje...

Escrito por Nicholas Meyer, essa é uma variação dos filmes juvenis de ficção científica dos anos 50... misturado com o sexploitation dos anos 70, criando um esquisitíssimo antecessor do 'horror venéreo' que seria tão bem explorado por David Cronenberg poucos anos depois (esse é de 1973).

Cientistas começam a morrer de trombose coronária e exaustão sexual em Peckhan, California, o que ocasiona a chagada de um agente do FBI para descobrir o que está ocasionando essa pouca vergonha. A cidade é colocada em quarentena sexual, para o desespero de sua população jovem. A 'causa' desta bizarra situação é a variação de um vírus em uma pesquisa sendo conduzida por uma cientista louca, que usa suas belas e voluptuosas assistentes para espalhá-lo... e depois recrutar as viúvas para ajudá-las.

Dirigido por Denis Sanders, que depois faria o documentário 'Elvis é assim' e a continuação de Rocky Horror Show (ou seja, nada que prestasse), trata o erotismo de uma forma juvenil e datada, o que o fará ser adorado por pré-adolescentes... e odiado por todas as mulheres que o assistirem, que não vão achar graça em seus cenários de 'poder feminino' e inadequação sexual masculina (como descreve uma resenha que li). Uma longa cena que trata de uma tentativa de estupro de Victoria Vetri também enfurecerá as espectadoras. Para não ajudar, Gary Greaver, fotógrafo habitual de Al Adamson e Fred Olen Ray (e também trabalhou com Orson Welles, vejam só), faz um trabalho péssimo, com iluminação de menos, feia e horríveis planos que pretendem imitar a visão de uma abelha (por anos pensei que a 'culpa' desse visual feio fosse da fita da Manchete Video que eu tenho, mas como a situação não melhora nem um pouco no DVD da MGM, o culpado é o fotógrafo mesmo).

Entre as 'mulheres-abelha', temos a presença de Rene Bond (atriz de respeitável 'folha corrida' no mundo do cinema hardcore dos anos 70), Beverly Powers (às vezes creditada como Beverly Hills, operária-padrão da AIP nessa época) e Mary Sweeney (que teria um filho em parceria com David Lynch, Riley). O 'herói' William Smith (que fazia a propaganda do Malboro) empresta alguma dignidade e autoridade a seu papel, e a já citada Victoria Vetri (a da Hammer) se sai bem como a cientista que o ajuda. Já Anitra Ford (demonstradora de produtos no programa 'The Price is Rigth'), a mulher-abelha original, é uma bela (e pouco vestida) presença, se você tiver senso de humor com a lente negra que ela usa nos olhos quando está de abelha-rainha.

Por incrível que pareça, o modo mais adequado de ver esse produto dos anos 70 é na já citada fita da Manchete Video...ou em um safadíssimo DVD pirata, da Brentwood (a Continental Video dos EUA), que usa como master uma velha fita de VHS, sob o título 'Graveyard Tramps'. O DVD da MGM, que saiu junto com 'Incredible 2 headed transplant', corta alguns excessos sexuais, que são exatamente o motivo que temos para ver uma tranqueira dessas hoje.

18.11.05

CORMAN 50 ANOS

Roger Corman estreou como diretor em 1955, em 'Five Guns West'. Esse fato deveria ser comemorado, seja pelas revistas de cinema, seja pelos cinéfilos, seja pelas distribuidoras. Não está sendo. Uma pena.

Por mais que muitas vezes seja celebrado o lado folclórico de Roger Corman, como ele fez filmes baratíssimos, como ele conseguiu rodar produções em prazos ridículos, não custa lembrar como o homem é bom diretor. Seja como um dos pioneiros do horror psicológico (na série de filmes sobre Edgar Allan Poe), seja como um dos raros realizadores de filmes 'sociais' que não são pentelhos ('Intruder'), seja como simplesmente alguém como alguém que teve olho para revelar uma geração de cineastas talentosos como Scorcese, Coppola, Hellman, Cameron, Nicholson e tantos outros. Seria interessante homenageá-lo em vida, enquanto ele ainda puder curtir o reconhecimento tão merecido.

Por que estou lembrando dele? No final de semana, vi um documentário sobre Dr Jivago, e um dos tópicos foi exatamente como foi suprimida a cor vermelha do filme, para quando apareceram as primeiras bandeiras comunistas elas terem o máximo impacto. Quem inventou isso? Corman, em 'A Orgia da Morte', em que ele suprime a cor para, quando a morte aparece com o manto vermelho na última cena, ela 'chamar atenção'. Como Dr Jivago (que é de 1965) foi 'começado' pelo mesmo fotógrafo de Corman nesse filme (de 1964), Nicholas Roeg, fica fácil descobrir quem tirou a idéia de quem...

16.11.05

LOST WEEKEND

Quarta-feira comentei com meus pais que, em 'homenagem' a ter trabalhado no dia 2 de novembro, ia ganhar o 14 (segunda) de folga, emendando com o 15. Na quinta, recebo uma passagem de ônibus. Ou seja, fui convocado para ir visitá-los em Santana do Livramento. Pergunto, como sempre, se o computador de casa está funcionando, e se ele está se conectando à internet. Como sempre, meu pai me jura que está, por sinal é um computador novo, ótimo, com ADSL. Foi só eu botar os pés na cidade que descubro que o computador que está funcionando é o do escritório dele, a três quadras de casa. E que o tal do CPU novo, cantado em prosa e verso, pifou assim que alguém comentou que eu estava indo para lá, assim como o antigo adorava fazer. Ou seja, não baixei nem o Masters of Horror novo, nem o episódio de Kolchak novo, nem pude ver os filmes de Cronemberg e von Trier (dois dos melhores cineastas vivos), que estavam estreando em Porto Alegre e eu já estava marcado de ir. Como diz a música de Lou Reed, that's the story of my life...

Para não atrasar mais ainda este bolog, vou comentar dois livros sobre cinema que li esse ano.

'Devil's Candy', de Julie Salamon, é o retrato das complicadas filmagens de 'A Fogueira das Vaidades', de Brian de Palma. Um dos maiores 'flops' do início dos anos 90, a adaptação do livro de Tom Wolfe foi rodada (e adaptada) de maneira caótica e apressada, e cujo fracasso de bilheteria não foi previsto por nenhum dos envolvidos. A jornalista teve acesso irrestrito às filmagens, o que causou desconforto a todo o elenco, que a confundiu com uma profissional de relações públicas, e depois viu comentários seus, que achavam que estariam seguros, divulgados. Até hoje ela (Julie Salamon) sofre ameaças de espancamento de Bruce Willis.

Já 'Final Cut', de Steve Bach, nem parece ter sido escrito a sério. A inacreditável saga da filmagem de 'O Portal do Paraíso', contada pelo seu produtor, parece mais uma paródia ao estilo revista Mad sobre como se conduz uma superprodução. Excessos (quebrou o recorde, que era de 'Apocalypse Now', de produção que gastou mais filme em sua rodagem), bebedeiras (do elenco e dos extras), atrasos (as filmagens, previstas para durar 60 dias, se extanderam por 200), um diretor descontrolado (que devia entregar uma produção de 150 minutos, por contrato, e entrega uma com nada menos que 330 minutos) exigindo controle total... que culminaram com a falência da (produtora) United Artists. Uma saga que seria inverossímel demais para ser verdade... só que é.

Até sexta começo a mergulhar na caixa de Val Lewton que chegou hoje. E comento alguns filmes de Sergio Martino que caíram na rede, tipo 'Big Alligator River' e 'Your vice is a locked door and only i have the key'. Sem falar no episódio de Tobe Hopper da série 'Masters of Horror', que se tudo ajudar deve estar baixado amanhã até o final do dia. See ya!!!

8.11.05

QUATERMASS 2005

O professor Bernard Quatermass é um dos personagens-símbolo da ficção científica britânica. Criado em 1953 pelo dramaturgo Nigel Kneale, ele foi personagem de 4 minisséries e três filmes antes da versão atual, representada ao vivo nos estúdios da BBC no dia 2 de abril de 2005, a primeira transmissão ao vivo da dramaturgia desde 1983. Como só sobraram dois dos seis episódios originais, achava-se que seria interessante registrar a série clássica, mas optou-se por condensar a minissérie original, de seis partes de meia hora, em um só programa de 105 minutos.

Para o papel principal, Jason Flemyng, o dr. Henry Jeckyll da 'maravilhosa' Liga Extraordinária. Flemyng sucede no papel a Reginald Tate (no 'Quatermass' original de 53, da TV), John Robinson (em 'Quatermass 2', de 1955, na TV), Andre Morrel (em 'Quatermass and the Pit' da TV, de 1959), Brian Donlevy (dos dois primeiros filmes de Quatermass da Hammer, respectivamente de 1955 e 1957), Andrew Keir (da versão da Hammer para 'Quatermass and the Pit', de 1967 - passa na TV como 'Um Túmulo para a Eternidade') e John Mills (da minissérie 'Quatermass Conclusion', de 1979). Seu Quatermass é pouca coisa mais velho que os astronautas (algo até esperado, nesse momento de 'Batman Begins' e James Bond de 30 anos, sem falar em tentar alguma interação com o público adolescente), perdendo um pouco da autoridade paternal que ele tinha sobre eles na série (e no filme) original.

A apresentação ao vivo foi estupenda, séria e tensa prá caramba. Tem suas limitações, claro. Troca-se o explosivo final na Abadia de Westminster por um, muito bem executado (mas mais modesto), no Museu Britânico. Houveram as atualizações, claro, agora trata-se do primeiro vôo espacial privado da Inglaterra, e o casalzinho que estava 'namorando' no feno quando a nave chega está, digamos, em atividades mais 'profundas'. Como toda transmissão ao vivo, é normal um ator ou outro estar nervoso esperando sua deixa para entrar,mas não ocorreu nada de anormal, ninguém atravessou, entrou com a fala errada nem esqueceu suas linhas (pelo menos que eu tenha percebido). Os efeitos especiais sofreram também, afinal não dá prá mostrá-los direito nessa forma de teleteatro (a famosa cena da mão do astronauta se transformando foi apenas sugerida, fora da tela), mas não se sentiu falta deles. São bem melhores que os da minissérie original, contemporânea da TV a manivela (melhorou nas séries subsequentes, que são menos toscas). Torce-se que os roteiros originais sejam reencenados também, de preferência como minissérie, e que se aproveite que Kneale está vivo e lúcido em seus 83 anos (foi consultor dessa nova versão de sua obra) para ele escrever alguma coisa a mais.

Previsões para ser lançado ou exibido no Brasil? Eu vejo alguns noticiários da BBC local e nunca vi nada anunciado por lá (nem da nova série do Dr Who, que dizem estar ótima), nem nos jornais (pode até já ter passado, mas eu não fiquei sabendo de nada). Em vídeo? Tomara que seja lançado, milagres acontecem (depois que saiu 'Pink Flamingos' por aqui eu parei de duvidar de muita coisa). Como não saiu em DVD nem na Inglaterra, pelo menos por enquanto parece difícil. Longa vida aos torrents!!!

6.11.05

MESTRES DO HORROR

Eu não estava levando muita fé na série 'Mestres do Horror'. Me lembro muito bem daquela série do John Carpenter com o Tobe Hopper, engraçadinha, e do 'Tales from the Crypt', que tinha seus momentos mas não se sustentava. Quando anunciaram a série eu fiquei frio, não me empolguei mas fiquei torcendo para ser surpreendido.

O primeiro episódio, semana passada, me surpreendeu positivamente. Don Coscarelli está longe de seu um 'mestre do horror', mas seu episódio foi ótimo, uma espécie de retomada do horror rural de 'O Massacre da Serra Elétrica'. Já me empolguei, pois o próximo seria Stuart Gordon. Dirigindo um conto de Lovecraft, um de meus favoritos, 'Dreams in the Witch House'. Será que sai coelho desse mato?

Horas depois da exibição nos EUA, meus 'informantes' já começaram a se manifestar. 'clássico', 'melhor coisa em horror televisivo desde Twilight Zone', 'sensacional'. E o raio do arquivo de PSP travado, não baixava nunca...

Finalmente ele chegou inteiro, depois do almoço. E, acreditem ou não, foi o complemento da triologia iniciada em 'Re Animator' e continuada em 'From Beyound'. Mr Gordon, você está perdoado pelas porcarias que você fez nos últimos 20 anos, por ter se metido com aquela coisa que é Dagon. Ele provou que, com a produção certa, é o melhor intérprete do mestre Lovecraft. Sem o tom cômico que ele usou nas produções de Brian Yuzna, tremendamente fiel ao clima dos contos, ele fez um filme intenso, tremendamente violento e perturbado. Foi uma das melhores coisas que eu vi esse ano, não só na TV, no cinema também. Que passe duma vez por aqui.

Já me empolgo com os próximos: 'Dance of the dead', de Tobe Hopper, passa semana que vem... e depois é 'Jennifer', de Dario Argento.

4.11.05

Ontem (3 de novembro) foi um dia especial,com muitos aniversários... vamos começar?

animador checo Karel Zeman (prazer em conhecê-lo)
Charles Bronson (desnecessário dizer quem é)
Robert Quarry (Conde Yorga - Vampiro)
Pupi Avati (grande cineasta italiano)
Jean Rollin (grande cineasta francês)
John Barry (trilheiro de James Bond)
Osamu Tezuka (animador japonês responsável por Astro Boy e Metropolis)
Brigitte Lin (atriz de Taiwan - obrigado pela correção - de 'Cinzas do Tempo', um de meus filmes favoritos)
Monica Vitti (de 'Modesty Blaise)
Eva Renzi (de 'O Pássaro com Plumas de Cristal')
Jeremy Brett (um dos melhores Sherlock Holmes da história do cinema)
Tom Savini (mestre da maquiagem)

e, maior que todos eles,

Godzilla, que chegou às telas japonesas 3 de novembro de 1954.

Uau!!!

Uma mensagem mais para não ficar parado do que por ter acontecido alguma coisa...

Revi ontem 'Os Implacáveis', de Sam Peckinpah. Ele reclamava que era seu filme comercial, que fez o filme sem alma. Que todos os projetos mercenários do mundo fossem assim, o mundo ia ser um lugar bonito!!! Excepcionais cenas de ação, ótimas atuações dos atores principais (Steve McQueen e Ali McGraw), história bem seca (no que podia ser um projeto bem melodramático). O DVD novo resolve alguns problemas do antigo, incluindo, por exemplo, um comentário de técnicos e assessores de Peckinpah, explicando suas escolhas, detalhando como as cenas foram rodadas... como diz meu amigo Aguilar, o grande prazer do cinema não é ver os filmes, e sim rever, estudar, descobrir novos significados não percebidos na primeira olhada... e Peckinpah é um destes cineastas cuja revisão sempre é prazeirosa.

1.11.05

Por que não começar por ontem?

Vi a pré-estréia de 'Jogos Mortais 2'. Gostei. Um raro filme inteligente de horror, um belo dum jogo de gato e rato de inteligências. Mesmo no surrado subgênero de 'filmes de serial killers', que existe desde o início do cinema (vide 'M: o Vampiro de Dusseldorf', de Fritz Lang, dos anos 30) mas se tornou, nos últimos anos (pelo menos desde 'O Silêncio dos Inocentes' e 'Seven') um dos mais usados e abusados do mundo. Um filme sujo, violento, agressivo. Genial? Não, tem seus defeitos, mas pelo menos pagou o ingresso. Mas, como eu vi de graça (obrigado pelo convite, Ana!!!)...

Essa é a minha segunda tentativa de iniciar um blog... na primeira não passei nem do primeiro dia (coloquei uma espécie de introdução e não lembrei que ele existia até uns dois meses depois). Ao contrário dos meu textos, vou tentar deixar tudo beeeem informal por aqui, usando o método que meu amigo Petter Baiestorff chamou de 'Dogma 95', ou seja, 'como ficar, ficou'. Bom, amanhã começo a fazer comentário/ mini resenhas/ divulgações por aqui.

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