19.8.06
Uau, mais um filme oriental de horror no cinema... que bom que isso deixou de ser raridade. Que permaneça assim, e que a cortesia seja extendida a filmes italianos e espanhóis, para começar...
Quanto ao filme em si... é o mais 'clássico' dos filmes japoneses lançados aqui. Recupera um personagem tradicional no cinema de horror, a criancinha com a bola (que nesse caso é vermelha, já foi branca), que deu as caras pela primeira vez em 'Kill Baby Kill (Operazione Paura)', de Mario Bava, e dali partiu para 'aparições especiais' em 'Toby Dammit', de Fellini, 'Twin Peaks: Fire Walks with me', de David Lynch, para acabar em 'Medo ponto com', dum pulha que eu não lembro o nome.
O roteiro está longe de ser novidade: na rodagem de um filme de horror (que 'documenta' uma série de assassinatos reais), a personagem principal começa a ter pesadelos com o ocorrido, e a perceber que pode ser a reencarnação de um dos personagens do filme... Tudo bem como eu gosto, com poucas explicações, sem voice overs para explicar o que está ocorrendo... final apocalíptico, virada final sensacional, mitologia budista, lógica de sonho... estou no céu. Belíssimo. E, para quem fez a pergunta, aqui não existe aquele personagem, o fantasma de cabelos compridos. Uma hora insinua-se uma aparição dele, mas trata-se de um alarme falso.
Como em todo bom cinema, o que menos importa é o que está sendo contado, o importante é como se conta a história. Bem como eu gosto: com flashbacks 'cruzados', através de sonhos e visões dos personagens... sem nenhuma grande explicação para quem não sabe contar dois mais dois mentalmente. êba!!!
Uma amiga da Luciane reclamou que estão aparecendo muitos filme orientais de horror ultimamente... enquanto eles forem legais como esse, como 'Espíritos', como 'O Grito', eles que continuem aparecendo, eu quero mais!!!!!
Uma das resenhas que eu consultei reclama de incongruências... certo, quer tudo certinho, seguindo todas as leis da física dentro de um sonho... não percebeu que boa parte da ação se passa dentro da cabeça de uma das personagens? Legal... quem sabe admitir que não entendeu e ver de novo...
Recentemente comentei uma situação minha com dona Luciane, e ela sugeriu que eu a colocasse no blog, poderia ser útil para os leitores saberem o que significam os 'critérios subjetivos' que fazem uma crítica ser diferente da outra...
Eu estou trabalhando há mais ou menos um mês em um conto chamado 'Anjos do Sul', inspirado (não só nisso, mais em alguma coisa de mitologia budista e alguns estudos) por uma letra da fase bicho-grilo dos Mutantes (que eu adoro - quem não gostar que me processe). Fiquei 'mergulhado' nisso exatamente nas minhas férias, que estão acabando nesse final de semana. Quando voltei para Porto Alegre, duas surpresas: primeiro, minha gata, a quem acabei dedicando o conto. Depois, um dos filmes que está sendo exibido em Gramado, e está estreando em Porto Alegre, se chama... Anjos do Sol. Nada a ver com meu conto... o filme trata de prostituição juvenil, o meu conto é super metafísico, bem abstrato (como eu sempre acho tudo que leio meio explicadinho demais, quando escrevo ficção tendo a explicar o mínimo possível...). Resultado: Vou ter que esperar umas duas semanas para ver o filme, que não 'fez' nada contra mim mas acabou ganhando minha antipatia por um motivo tão, digamos, metafísico...
Para dar uma idéia do que se trata o conto que estou escrevendo, aqui vai a letra da música...
Todas nuvens desapareceram
Vamos todos levantar
Dando graças aos espíritos da luz
que os anjos do sul já vão chegar...
Vamos juntos levantar os véus
Que nos cobrem o coração
Dando graças aos espíritos de luz
Que os anjos do sul já vão chegar...
Esperança, amor, contemplação
Vamos todos alcançar
Dando graças aos espíritos da luz
Que os anjos do sul já estão no céu...
<< Home