16.11.05

LOST WEEKEND

Quarta-feira comentei com meus pais que, em 'homenagem' a ter trabalhado no dia 2 de novembro, ia ganhar o 14 (segunda) de folga, emendando com o 15. Na quinta, recebo uma passagem de ônibus. Ou seja, fui convocado para ir visitá-los em Santana do Livramento. Pergunto, como sempre, se o computador de casa está funcionando, e se ele está se conectando à internet. Como sempre, meu pai me jura que está, por sinal é um computador novo, ótimo, com ADSL. Foi só eu botar os pés na cidade que descubro que o computador que está funcionando é o do escritório dele, a três quadras de casa. E que o tal do CPU novo, cantado em prosa e verso, pifou assim que alguém comentou que eu estava indo para lá, assim como o antigo adorava fazer. Ou seja, não baixei nem o Masters of Horror novo, nem o episódio de Kolchak novo, nem pude ver os filmes de Cronemberg e von Trier (dois dos melhores cineastas vivos), que estavam estreando em Porto Alegre e eu já estava marcado de ir. Como diz a música de Lou Reed, that's the story of my life...

Para não atrasar mais ainda este bolog, vou comentar dois livros sobre cinema que li esse ano.

'Devil's Candy', de Julie Salamon, é o retrato das complicadas filmagens de 'A Fogueira das Vaidades', de Brian de Palma. Um dos maiores 'flops' do início dos anos 90, a adaptação do livro de Tom Wolfe foi rodada (e adaptada) de maneira caótica e apressada, e cujo fracasso de bilheteria não foi previsto por nenhum dos envolvidos. A jornalista teve acesso irrestrito às filmagens, o que causou desconforto a todo o elenco, que a confundiu com uma profissional de relações públicas, e depois viu comentários seus, que achavam que estariam seguros, divulgados. Até hoje ela (Julie Salamon) sofre ameaças de espancamento de Bruce Willis.

Já 'Final Cut', de Steve Bach, nem parece ter sido escrito a sério. A inacreditável saga da filmagem de 'O Portal do Paraíso', contada pelo seu produtor, parece mais uma paródia ao estilo revista Mad sobre como se conduz uma superprodução. Excessos (quebrou o recorde, que era de 'Apocalypse Now', de produção que gastou mais filme em sua rodagem), bebedeiras (do elenco e dos extras), atrasos (as filmagens, previstas para durar 60 dias, se extanderam por 200), um diretor descontrolado (que devia entregar uma produção de 150 minutos, por contrato, e entrega uma com nada menos que 330 minutos) exigindo controle total... que culminaram com a falência da (produtora) United Artists. Uma saga que seria inverossímel demais para ser verdade... só que é.

Até sexta começo a mergulhar na caixa de Val Lewton que chegou hoje. E comento alguns filmes de Sergio Martino que caíram na rede, tipo 'Big Alligator River' e 'Your vice is a locked door and only i have the key'. Sem falar no episódio de Tobe Hopper da série 'Masters of Horror', que se tudo ajudar deve estar baixado amanhã até o final do dia. See ya!!!

Comments:
Beleza pura! Mal posso esperar então pelas atualizações! E não estou brincando. Gosto muito do jeito que o senhor escreve. Estou acompanhado seus textos! Não desanima, meu caro!
 
tenho o Devil's Candy todo xerocado aqui, só li o início, tá esperando ser lido por completo
 
'Irmão', foi vc. qm. me fez descobrir o Sergio Martino qdo me descolou "Torso", puta filme! Mas recentemente descobri via Carrard: "All The Colors of the Dark", e o cara era foda!! Qm. diria q. mesmo adorando Ursulla Andrews e respeitando muito Stacy Keach, eu perdi a oportunidade de ver no CINEMA "A Montanha do deus Canibal", o q. o preconceito faz com a gente (hehehe).

Em tempo: o novo de Cronenberg é obra prima!! Imperdível!!! Prá ver e rever.
 
OI Thomaz. Essas viagens são complicadas mesmo, quando vou visitar meus pais é a mesma coisa, fico sem meu computador e sem ter como atualizar o Blog além de ter de incomodar os amigos para ver e-mails. Concordo com vc quanto ao talento do Cronemberg e do Von Trier, os filmes são ótimos. Gosto muito do Sergio Martino, principalmente de Torso e All the Colors of the Dark.
 
Ronald, obrigado pelo elogio.
Renato, leia o livro,você não sabe o que está perdendo.
Aguilar, 'Todas as Cores...' é um dos giallos mais esquisitos já feitos, um filme com tantas idéias malucas e tão bem conduzido entre elas que o mínimo que você pode achar é que ele entende alguma coisa de seu riscado. O que são os pesadelos desse filme?
Marcelo,que bom que alguém me entende. Martino é um dos grandes do gênero, um dos melhores diretores italianos de 'filmes de gênero'.
 
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