24.5.06

Eu já disse isso uma vez...

Muito trabalho e pouca diversão fazem de Thomaz um bobão...

Esse mês tá sendo complicado prá mim... estamos no 24, tive só 3 dias de folga, trabalhei feito um condenado e ainda falta um pouco para o mês acabar. O tornado vai mais ou menos até o final da semana que vem. Muito pouco tempo para mim. Só tive tempo de ver três filmes no cinema esse mês (e quase não fui na locadora, o que é um sintoma que estou sem tempo livre), vou comentá-los para manter o blog funcionando. Em junho retomo a semanalidade do blog, juro.

MISSÃO IMPOSSÍVEL III

Primeiro filme da cinessérie que lembra um episódio da série clássica (Mi lembrava muito um episódio da série até a missão dar errado, e Mi2, ninguém me tira da cabeça que aquilo era um roteiro recusado da série James Bond reaproveitado)... também lembra muito um episódio de ‘Alias’, que por sua vez soa muito como uma atualização da ‘Missão Impossível’ clássica, logo a cobra morde seu próprio rabo.

Se você perguntar, este é o pior filme dos três. Não é ruim, longe disso, é um bom filme de ação, mas não tem o ‘algo mais’ dado por Brian de Palma e John Woo nos davam antes. Por mais que JJ Abrahams saiba dirigir cenas de ação, ele parece incapaz de fazer qualquer coisa fora do convencional... eu via as cenas de ação sendo empilhadas e imaginava o que Woo ou de Palma fariam... algo está errado quando as melhores cenas são as pontas de um ator que está na melhor comédia de horror dos últimos anos... e quando se concede tempo de tela para aquela atriz cuja série despencou quando ela cortou os cabelos, mostrando aonde estava seu talento dramático. Aliás, dá a impressão de que o roteiro utilizado aqui se chamou ‘True Lies 2’ em algum momento, ou que se trata de um ‘draft’ anterior do próprio True Lies.

CRIMEN FERPECTO

Uma das surpresa do mês, a estréia dessa comédia social de Alex de la Iglesia nos cinemas de Porto Alegre. Como o filme anterior dele (o excepcional ‘800 Balas’) saiu direto em DVD, na semana de natal, meio escondido, eu nem estava esperando ver esse na tela prateada. Surpresas acontecem às vezes... bela comédia com ingredientes de humor negro e sátira social. Gerente de um setor de uma loja, que disputa vaga de gerente do andar com um caxias, acaba matando o rival no meio de uma discussão. Uma funcionária o ajuda a esconder o crime, com uma condição: que ele a namore. Aí começa o inferno em sua vida, pois a menina é horrorosa, e ele só namorava as funcionárias lindas que ele mesmo escolhia para trabalharem na loja... filme mais maduro de La Iglesia, sem abrir mão de suas raízes underground. Não sai de meus 5 melhores do ano. Melhor que qualquer comédia americana dos últimos 10 anos. Casting exemplar (tanto o ator principal quanto sua ‘nobia’ são escolhas perfeitas). Recomendadíssimo.

CÓDIGO DA VINCI

Um pintor uma vez disse que o problema da arte é o público. O público ‘deixa passar’ obras primas e consagra mediocridades. Eis aqui mais uma confirmação disso. Êta filminho chato, sô. Mal escrito (por Akiva ‘Batman & Robin’ Goldsman), transformando tudo numa variação politicamente correta em torno do livro, sem querer agredir ninguém, dirigido burocraticamente por Ron Howard, elenco mal escalado, encabeçado por Tom ‘Forrest Gump’ Hanks nunca passa a autoridade que emana de Robert Langdom no livro, parecendo mais uma variação de Monk que um historiador, e Amelie ‘Forrest Gump francesa’ Poulin, que só consegue ser sem graça e chata. Também desmente a resenha que circulou que o livro de Dan Brown era um roteiro de filme pronto. Roteiro para uma minissérie de 6 horas eu ainda discuto, para um filme, de duas horas e meia (que demoram a passar), é coisa demais. Existe alguma coisa menos cinematográfica que diálogos de meia hora? Aliás, o filme lembra uma minissérie (ruim) mesmo, pois dá a impressão de ter sido feito às pressas, reforçado pela montagem sem imaginação nenhuma, arrastada. Nota três, e olha lá.


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